quarta-feira, 22 de julho de 2009

Em dia de Santa Maria Madalena


A minha alma tem sede do Deus vivo!


Tenho muitas graças a dar-te hoje,

sinto-me como Maria Madalena acolhida por muito procurar o Amor!


Maria Madalena, quando chegou ao sepulcro e não encontrou lá o corpo do Senhor, julgou que alguém O tinha levado e foi avisar os discípulos.

Estes vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que essa mulher lhes dissera. Destes está escrito logo a seguir: E regressaram os discípulos para sua casa.

E depois acrescenta-se: Maria, porém, estava cá fora, junto do sepulcro, a chorar.

Estes factos levam-nos a considerar a grandeza do amor que inflamava a alma desta mulher, que não se afastava do sepulcro do Senhor, mesmo depois de se terem afastado os discípulos.

Procurava a quem não encontrava, chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do amor, sentia a ardente saudade d’Aquele que pensava ter-lhe sido roubado. Por isso, só ela O viu então, porque só ela ficou a procurá-l’O.

Na verdade, a eficácia das boas obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade:

Quem perseverar até ao fim será salvo.

Começou a buscar e não encontrou; continuou a procurar e finalmente encontrou.

Os desejos foram aumentando com a espera e fizeram que chegasse a encontrar.

Porque os desejos santos crescem com a demora; mas os que esfriam com a dilação não são desejos autênticos.

Todas as pessoas que chegaram à verdade, conseguiram-no porque lhe dedicaram um amor ardente.

Por isso afirmou David: A minha alma tem sede do Deus vivo; quando irei contemplar a face de Deus?

Por isso também diz a Igreja no Cântico dos Cânticos: Estou ferida pelo amor.

E ainda: A minha alma desfalece.

Mulher, porque choras? Quem procuras?

É interrogada sobre a causa da sua dor, para que aumente o seu desejo e, ao mencionar ela o nome de quem procurava, mais se inflame no amor que Lhe tem.

Disse-lhe Jesus: Maria! Depois de a ter tratado pelo nome comum de «mulher», sem que ela O tenha reconhecido, chamou-a pelo nome próprio.

Foi como se lhe dissesse abertamente: «Reconhece Aquele que te conhece a ti.

Não é de modo genérico que te conheço, mas pessoalmente».

Por isso Maria, ao ser chamada pelo seu nome, reconhece quem lhe falou; e imediatamente lhe chama «Rabbúni», isto é, «Mestre».

Era Ele a quem procurava externamente e era Ele quem a ensinava interiormente a procurá-l’O.

Sem comentários: