domingo, 22 de março de 2009

Monte Moro


"Subimos ao Monte de Moro, o lugar da escuta e da busca,
do sentido, do ideal, do querer de Deus..."

Caminhámos,
rompemos pelo campo,
ao jeito do Monte de Moro.
Assim o sinto nesta hora!

Mais que uma caminhada,
Gostei que lhe chamasse Oração.
E pensando bem, foi isso mesmo,
Foi rezar a vida,
olhá-la de frente,
como se tivesse um espelho,
que me devolvia uma imagem,
minha pois claro,
mas que adio conhecer.

Foi um caminhar descontraído,
interpelador, inquietante,
necessário, necessário!
É duro reconhecer-me tanto…
Encarar a verdade e ternura
com que me fizeste olhar a realidade.

O que sou,
e sobretudo o que deixo de ser.
Inquietou-me,
mas sei que já me inquietava antes…
só não queria ver.
Mas o que é que me constrói afinal?!
Se deixo de ver ou finjo não ver,
Anulo-me subtilmente,
deixo de me edificar.
Quero continuar assim?!
Não.

Já só com Ele,
saboreei o tempo a correr,
vi-me no silêncio de que fugi.
Chamada a acalmar, a perdoar-me,
a arrumar ideias…
Disse-te que me faltava a audácia,
Mas faltará?!
Não, vi contigo que não.

Por baixo dos meus medos,
encontra-se o tesouro que ando a procurar!
Mas primeiro,
tenho que abrir a porta do medo:
só ela me conduzirá ao que anseio mais secretamente.


Assim, o medo é uma oportunidade,
permite-me ver o que procuro.
Não tem que me paralisar,
Porque pode e deve ser o meio,
de descobrir no Amor a força que busco!




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